sábado, 10 de outubro de 2009

Embalos musicais de condomínio - Sem cortes

No momento em que escrevo este post, uma festinha animada rola na área de lazer do Prédio onde vivo em Salvador.

Felizmente ou não, as canções entoadas nela deram a idéia para que pensasse ou tentasse entender, mesmo sem conhecimento técnico, teórico ou prático do musicar, porque em toda bendita celebração desse naipe se tocam sempre as mesmas coisas.

Ou porque não contentes, os artistas de ocasião ainda destroçam músicas belíssimas com suas toscas performances.

Acabei de ouvir vindo dali um cover de Moraes Moreira, grande cantor e compositor, chutado numa repetência desafortunada de Anunciação. Tudo no tecladinho, nada de violão ou percusssão, pra que?

Antes dele, Armandinho(Quando Deus te desenhou, ele tava namorando...haja paciência), Skank, Lulu Santos, e claro, como não poderia deixar de ser, a clássica Whiskey a Go Go, típica de formaturas e sempre irritante originária de um tal Roupa Nova.

Devem seguir a elas uma quase nunca tocada Chão de Giz, não sei se pensada como Elba ou Zé Ramalho, mas executada como se fosse Banda de Churrascaria vazia.

Uma mania insistente de misturar alhos com bugalhos, querer criar um ambiente agradável para comemorar o que der na telha através de trilha sonora chamada de "MPB".

Paro para pensar, reflito e disparo. Será culpa dos pobres tocadores de qualquer coisa que insistem em usar como base para seus shows particulares essas composições de maneira inadequada e incoerente?

Ou é a música brasileira que precisa se reinventar e descobrir novas experiências para que não sejam sempre as mesmas canções a serem lembradas na hora de esses relapsos ensaiarem para o baile do prédio?

Porque quem acompanha não tem nada a perder. Tá ali nos seus uísques, cervejas e dancinhas desajeitadas. Apenas seguem o ritual como cordeirinhos.

Enquanto tento encontrar a resposta, começa a Sessão Jovem Guarda, com Robertão tomando a frente nas mais roqueiras e também românticas. Muito respeito nessa hora!

E daqui a pouco vem o brega. Está formada a salada. Para quem achava que ficar em casa no sábado à noite era perder uma balada, eu não gasto um centavo e curto um bailão que continua bombando.

Encerrando por aqui em grande estilo com o mestre Fábio Júnior. "Demorei muito pra te encontrar, agora eu quero só você" e seu fiel discípulo Richie. "Meia noite no meu quarto, ela vai subir". E o nível, descer mais ainda.

2 comentários:

  1. Giggio, descobri só agora seu blog.

    Estou lendo na ordem cronológica, e, apesar de os outros textos tratarem de assuntos sérios e terem sua validade, escolhi comentar este. O motivo é que foi o que me causou mais comoção. Li o post todo quase rindo de verdade cara.

    Mas para completar acho que faltaram as clássicas estadunidenses como YMCA e Macho Man, entre outras tosquices.

    ¡Saludos!
    Pingu

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  2. Camarada, confesso que foi extremamente difícil aguentar, porem trato desde essa noite de mandar minhas insuportáveis tendências musicais para que os gloriosos vizinhos apreciem, durante o dia.

    Mas sem romper os paradigmas de estilo que eles conseguem.

    O assunto vai longe.

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