segunda-feira, 6 de abril de 2015

A horda e o lucro com a barbárie da nova geração


Nada pode ser mais intempestivo, ignorante e descolado da realidade que o raso raciocínio elaborado pelos defensores da redução da maioridade penal no Brasil para 16 anos.
O grau de virulência desses pensamentos é diretamente proporcional ao aumento astronômico dos números da violência que eles dizem que pretendem diminuir a partir da adoção dessa medida. Propor, votar e apoiar tal ação nada mais é que uma reação desproporcional e sem qualquer precedente de "sucesso" ante nosso sanguinolento cotidiano.
Poucas vezes na história a velha e ultrapassada Lei de Talião, adotada há cerca de 40 séculos na Mesopotâmia, foi tão utilizada para sobrepujar a Constituição de um país e fazer valer uma lógica na qual a ideia do "olho por olho e do dente por dente" passe por cima da dignidade humana e, consequentemente, nos deixe cegos e banguelas.
É exatamente este o modelo de retrocesso que a maioria dos nossos congressistas e seus lacaios apoiam para obter uma solução mágica que ponha fim à incessante endemia de assassinatos, assaltos, sequestros, estupros e outros crimes que atingem o Brasil. Julgar, condenar e encarcerar adolescentes a partir dos 16 anos como se estes fossem adultos.
A realidade dos presídios brasileiros que aguardam pela chegada dos jovens que cometeram delitos não mente, ao contrário de quem acredita que eles vão "pensar duas vezes antes de cometer um crime" caso a lei seja aprovada. Será mesmo!?
O índice de reincidência na criminalidade dentro do universo de presos que cumprem sua pena no Brasil chega a 70%. Traduzindo, de cada 10 pessoas que ganham a liberdade, 7 voltam a cometer crimes, sejam eles mais graves, menos graves ou semelhantes aos que cometeram para que ficassem atrás das grades.
O crime compensa, pois na maioria das vezes, é a opção que resta ou então é a que melhor remunera. Na facção que domina os presídios de São Paulo, auto-intitulado o Estado mais rico, e também o Estado que mais prende e o Estado onde a Polícia Militar mais mata, uma boa colocação no bilionário mercado do tráfico de drogas após a concessão da liberdade paga quase 10(dez) vezes mais que um salário mínimo paulista. Definitivamente, o crime compensa. Ao menos financeiramente, não resta dúvida que sim.
Mas ainda existe "salvação". Dos 30% restantes não reincidentes, há os que se tornam religiosos, há os que conseguem um emprego de pouca monta, e há claro, os que voltam a cometer crimes, mas não voltam a ser presos. A cadeia não foi feita para recuperar ninguém, mas para doutrinar alunos e admitir novos "recrutas". Parafraseando texto publicado pelo escritor Frei Betto na última quinta-feira, 02/04, no site Pragmatismo Político:
Não existe, no Brasil, política penitenciária, nem intenção do Estado de recuperar os detentos. Uma reforma prisional seria tão necessária e urgente quanto a reforma política. As delegacias funcionam como escola de ensino fundamental para o crime; os cadeiões, como ensino médio; as penitenciárias, como universidades.
Ora, mas não é este o grande argumento dos arautos da moralidade que pretendem punir os adolescentes a partir de 16 anos com os mesmos critérios daqueles que já possuem 18? Se o temor de ser detido existe por parte de quem está prestes a cometer um crime, por que a reincidência é tão alta entre os adultos e por que os jovens seriam inibidos ao ponto de se "comportarem"? Penas mais pesadas? Se 70% dos adultos seguem sendo criminosos, submetidos a tais penas, o que muda para os adolescentes? Absolutamente nada. Seguirão cometendo delitos da mesma maneira.
O projeto de lei que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos atende a anseios de gente importante. Não a mim, nem a você, nem a uma maioria de uma pesquisa perdida, vítima ou não de violência por parte dos criminosos. Atende a uma horda de políticos, juízes, advogados, agentes penitenciários, policiais civis, militares e "jornalistas" que integram uma quadrilha diretamente interessada na não recuperação dos detentos de qualquer faixa etária.
Faço um especial para meus "colegas" da imprensa, que se deleitam todos os fins de tarde ou até mesmo na hora do almoço, a depender da região do país, cobrando das "autoridades" um posicionamento mais firme contra a criminalidade ininterrupta que campeia a cada esquina, incentivando a violência para responder à violência, exigindo os rigores da lei para punir os delitos, e lucrando altas cifras com a manutenção da audiência nas alturas, no mesmo patamar em que se encontram os índices de criminalidade.

O que seria de um abutre sem a fétida carniça, a carcaça podre e inerte!? Morreria de fome.
O sistema se retroalimenta. É um ciclo com funções bem definidas e organizadas. E se os mais de 500 mil presos adultos que atualmente sobrevivem nas penitenciárias do Brasil são insuficientes para atender às demandas da horda, há de se fornecer a ela mais para o seu sustento. E é aí que entram quem? Os adolescentes infratores, agora tratados como adultos.
Mas se a violência não diminuir, não haverá problemas, pois lá estarão os arautos da moralidade novamente para reduzir a maioridade penal para 15, 14, 13 anos. Mantê-los internados em casas de recuperação por um período limitado impede o pleno funcionamento do ciclo. Não importa a idade. O importante é fornecer a ração para a horda, insaciável.
A horda é basicamente formada pelos carcereiros e diretores corruptos que garantem aos peixes grandes privilégios mediante propina, pelo investigador que esclarece apenas 2% dos crimes cometidos, pelos magistrados que adotam a reclusão como o padrão para qualquer crime, seja ele grave ou não, pelo PM que tortura em busca de verdades inexistentes, pelos advogados literalmente de porta de cadeia, que ficam à espreita para explorar a inocência da família de um preso de baixo calibre, ou pelos deputados que patrocinam a violência por meio do tráfico de armas, de drogas, ou através de seu veículo predileto na imprensa.
A horda precisa de seu sustento, de seu quinhão, e não vai largar o osso. Ainda mais um osso assim, tão cheio de carne. O sistema penitenciário é um grande negócio. Não à toa, sua privatização foi consumada nos EUA e já é cogitada no Brasil. Para ter mais eficiência? Não. Para registrar lucros, sem intermediários. E enquanto os dividendos aumentam, novos Carandirus, Bangus e Pedrinhas seguirão existindo, com mais mortes, mais barbárie, mais violência. E agora com a presença de uma nova geração.

Ganha a horda, perdemos todos nós.

Veiculado também no portal Surubim News: http://www.surubimnews.com.br/a-horda-e-o-lucro-com-a-barbarie-da-nova-geracao/

sábado, 22 de fevereiro de 2014

A espiral da incoerência que move a sociedade brasileira quando o assunto é racismo

Retomo neste sábado as atividades do blog, congeladas desde o fim das manifestações de junho de 2013, para tratar de um tema/crime que vem ocupando de forma mais recorrente o noticiário: O Racismo.

Matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo na edição de hoje, 22/02, relata a condenação de uma aposentada de 72 anos a 4 anos de prisão em regime semi-aberto por racismo.

Eis o link com a reportagem: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/02/1416238-aposentada-e-condenada-a-quatro-anos-de-prisao-por-racismo.shtml

Davina Castelli teve a prisão decretada pela Justiça de forma imediata.

O episódio aconteceu em um shopping da avenida Paulista, em 2012, quando a referida senhora se dirigiu a duas mulheres e um homem negros com os seguintes dizeres:

"Macaca, eu não gosto de negro; negro é imundo. A entrada de negros no shopping deveria ser proibida. Negro é favelado".

O que pretendo escancarar neste post é a incoerência e a interpretação por conveniência que devem contaminar a partir desse episódio a opinião e o discurso daqueles que defendem a lógica do "Bandido Bom é Bandido Morto", dentre outras "correntes de pensamento",  além de analisar de onde parte tamanho ranço proferido por essa mulher.

A idosa condenada é conhecida há tempos na região onde ocorreu o crime.

Com um andador como apoio, ela caminha por espaços públicos bradando impropérios e ofensas apenas contra pessoas negras.

Um atendente de farmácia, por exemplo, já ouviu: "Quero ser atendida por uma pessoa que seja da minha cor!"

O porteiro do prédio onde ela mora foi seu alvo: "Macaco! Volta pra selva!"

Um policial militar também foi humilhado por seus xingamentos.

Será que ela é louca? Tem transtornos mentais? Não.

Ranzinza? De mal com a vida? Talvez, mas isso nada tem a ver com o caso.

Para começo de conversa, o que move esta senhora de idade a continuar a xingar pessoas negras pelo fato de serem negras é a tão santificada "sensação de impunidade", lembrada por aqueles que são a favor da justiça feita com as próprias mãos ou mesmo da reforma do sistema penal, mas lembrada apenas quando tratam de homicídios, assaltos ou furtos, entre outros crimes.

A pessoa que insiste em manter essas ofensas como parte de sua rotina diária não só se considera acima da lei, que prevê a tipificação do racismo como crime inafiançável, como também acredita ser um ser superior aos demais, sobretudo aqueles que são violentados por suas palavras, os negros.

Davina Castelli é aposentada como funcionária jurídica da Aeronáutica, e após ser notificada sobre o sétimo boletim de ocorrência em que era acusada de racismo, em vez de ser levada à delegacia, simplesmente disse que precisava tomar um remédio e se trancou dentro de seu apartamento.

Com o caso encaminhado aos tribunais pela primeira vez, ela não só não contratou advogado para se defender como também ignorou o oficial de justiça que foi lhe comunicar sobre o processo.

Vejam que foi essa desobediência à ordem que motivou a juíza a decretar a prisão da idosa, e não o racismo.

E apesar desse racismo ser tão evidente, os policiais civis que atenderam à ocorrência tentaram convencer os três negros ofendidos a não registrarem o caso porque "não iria dar em nada mesmo".

Pois não é que deu!? Além da condenação, ainda uma multa em caráter indenizatório de quase R$30 mil a cada uma das pessoas atacadas pela idosa.

Mas o que mais deve incomodar neste momento aos racistas enrustidos, aos legalistas de plantão, aos justiceiros da sociedade e até mesmo aos defensores de velhinhas indefesas é a espiral de incoerência em que podem entrar ao analisar a conjuntura envolvendo esse caso e comparar sua própria reação diante de outros crimes considerados mais graves.

Os eternos defensores da lógica do "olho por olho, dente por dente" e sua musa Sherazeda, o que dirão?

Que uma gangue de black powers pode espancar a velha e a prender em um poste?

Calma lá, se ainda fosse um negro suspeito de cometer assaltos na zona sul do Rio de Janeiro, nós brancos e de classe média poderíamos fazer justiça com as próprias mãos, mas com ela é exagero.

Agora vou para os adeptos de Ku Klux Klan que só se revelam anônimos nos comentários de sites de notícias.

Acho que eles vão apelar para a liberdade de expressão que em um país democrático todos devem ter.

Ofender negros por serem negros, para esses indivíduos, deve se equiparar ao direito de criticar a política econômica do governo.

E quanto aos juristas, que na letra fria da lei, interpretam essa situação como "ofensa racista"?

"Potencial ofensivo pequeno", pensarão. Tem que ser punido, mas com razoabilidade. Pessoa acima dos 70 anos, pouca mobilidade - usa um andador, deve ter outros problemas de saúde.

Colocá-la para dormir na cadeia seria um distúrbio jurídico.

Vamos deixá-la em sua residência da avenida Paulista tranquila, ou na casa que tem no Guarujá descansando dessa situação estressante e onde se refugiou da realidade da sentença.

Mexer no bolso com a multa vai resolver...

Imagino agora a filha de uma das mulheres ofendidas, que com apenas 8 anos, viu a mãe sendo chamada de "macaca" por uma mulher branca, dentro de um shopping lotado.

Para que levariam isso em consideração? Afinal, que impacto vai ter essa ofensa na vida dessa criança? Nenhum não é mesmo!?

A senhora em questão inclusive, como não quis um advogado - provavelmente por achar que mais uma vez "não daria em nada", conta atualmente com respaldo da Defensoria Pública.

Tudo bem vai, vivemos em um país onde todos têm esse direito, apesar de uns terem mais direitos que os outros.

Os defensores já recorreram da condenação. Sustentam que as provas reunidas contra Davina Castelli são "frágeis" porque nenhum PM foi ouvido. Na verdade, dois deles são testemunhas do ato racista.

Frágeis!? Porra!


Vejam vocês mesmos:

Nestas imagens, gravadas pela TV Record, em 2011, a mesma mulher chega até dois PMs e exige que um morador de rua seja tirado do caminho por onde ela passava.

E com essas palavras: "Tirem esse lixo, tirem esse macaco da minha frente".

O "lixo" e "macaco" era uma pessoa com deficiência física, que se locomovia arrastando as pernas no chão.

Precisa de mais? Do que mais se precisa para condená-la? Precisa esperar que ela pegue seu andador e bata na cabeça de um negro paralítico até matá-lo?

Não precisa.

O que é preciso é as pessoas entenderem de uma vez por todas que o racismo, em todas as suas variantes, é inadmissível em nosso mundo e que precisa ser extinto, doa a quem doer.

Não importa quem o prolifere, o importante é minar qualquer tentativa de justificar esses ataques contra os negros e de querer taxar esses casos como de pouca gravidade.

Punir esse exemplo clássico de impunidade, sem tortura, sem ódio e sem agressões, mas também com critério e com justiça de fato, e não de conveniência, pode ser um bom começo para que nossa sociedade galgue um patamar superior e deixe a idade da pedra quando o assunto é humanidade e cidadania.

terça-feira, 25 de junho de 2013

A hora e a vez do povo decidir por seus direitos básicos

Caro Congresso, não adianta só dinheiro.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1301477-camara-aprova-royalties-do-petroleo-para-a-educacao.shtml

75% dos royalties do petróleo do pré-sal para a Educação, 25% para a Saúde. 

Parece o ideal, mas não é.

Camaradas, pessoas, vamos seguir em frente!

Fiscalizar a aplicação dos recursos e se manifestar nas ruas e em entidades organizadas pela melhoria dos serviços básicos em todo o país são lutas que devem continuar a ocorrer.

Defendo para os dois casos uma gestão dos investimentos coordenada e supervisionada pela comunidade que deles depende e os trabalhadores, não por políticos e empresários que atuam em prol de seus interesses e em detrimento da população.

E listo Pautas básicas, só para começar: 

Ensinos infantil/fundamental/médio

-Reajuste imediato do salário dos professores da rede pública e abertura de concursos para contratação de mais docentes.

-Pelo respeito ao piso nacional da categoria.

-Direito de greve garantido sem desconto da remuneração, sem perseguições e punições por parte dos políticos.

-Bolsas para requalificação dos professores, planos de carreira, jornadas menores e mais flexíveis sem redução de salário.

-Por uma revolução completa nos serviços de merenda e transporte escolar. Pelo fim dos conluios entre Prefeituras e empresários que formam as máfias dos setores.

-Construção de novas escolas e recuperação das demais. Compra de materiais e equipamentos necessários sem licitações dirigidas, empresas fantasmas e superfaturamento.

-Pelo fim do déficit de vagas em creches, garantindo o benefício à mulher trabalhadora que precisa sustentar sua família. 

-Mudança completa nos currículos, começando pelo fim do ensino religioso e pela volta de disciplinas como sociologia e filosofia onde foram eliminadas, além de mais espaço para outras ciências humanas.

-Discussão sobre drogas e sexualidade sem hipocrisias, moralismos, conceitos deturpados, distante da visão dogmática das igrejas cristãs. 

-Por uma educação sem meritocracias e desenvolvida a partir do crescimento do aluno enquanto pessoa, e não como concorrente do outro.

-Garantia da segurança dos estudantes, funcionários e professores sem necessidade de blitze e ameaças da polícia.

Saúde básica

-Destinação de parte dos recursos para obras de saneamento básico - a falta de água e esgoto tratados é um dos grandes problemas das doenças endêmicas que ainda atingem e matam as pessoas em condição de miséria.

-Criação de infraestrutura completa de leitos e material para atendimento nas unidades básicas de saúde dos bairros mais pobres e cidades mais distantes, além de garantir o acesso da população a terapias mais avançadas em municípios maiores.

-Contratação via concurso de médicos, enfermeiros, auxiliares e outros profissionais de saúde, sejam eles brasileiros ou estrangeiros, principalmente nas periferias e nos rincões e sertões abandonados pelo poder público.

-Investimento em pesquisa focado nos laboratórios de universidades e centros de excelência do setor, que devem priorizar estudos a respeito do combate e da prevenção a doenças "tropicais" - dengue, malária, febre amarela, verminoses, etc.

Colaborem e também mandem suas sugestões!


O momento é de seguir na luta, que só para não esquecer, é INTERNACIONAL!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Menos oportunismo por favor!


Destaco aqui impressões sobre os protestos desta segunda-feira em São Paulo, dos quais participei pela terceira oportunidade seguida. 

A percepção serve para o restante do Brasil.


Mais uma vez muita gente, mas infelizmente, com parte delas deturpando o foco do protesto, que é em primeiro lugar a redução das tarifas do transporte público.


Sim, concordo em parte e discordo em outras sobre demandas levantadas por aqueles que estiveram presentes, mas lembrem-se sempre, uma coisa de cada vez.


E coisas essas que devem estar longe de qualquer pauta da direitalha. 


Vi até cartaz pedindo redução da maioridade penal.


Aqui Não!


Vamos então às constatações básicas sobre o que se desenhou.




O nacionalismo em excesso faz mal à democracia. 

Aliás, é um atentado aos seus direitos mais fundamentais.

Já sustentou ditaduras na Alemanha, Itália, Espanha, Iugoslávia, Brasil, Argentina e Chile, só para falar das mais sangrentas.

Por isso, na hora de levantar sua bandeirinha verde-amarela e cantar o hino nacional, lembre-se que a prática da "Ordem e do Progresso" está em desuso.

É essa ordem que a PM tenta manter quando nos reprime, e esse progresso que os governos municipal, estadual e federal buscam de forma inconsequente e do qual discordamos profundamente.

A revolução não pode depender de máximas estabelecidas durante a vigência da República Velha e do Império Português.

É tempo de mudanças drásticas e profundas nesses conceitos também


Se quer usar uma bandeira do Brasil, que seja preta e vermelha, e com os dizeres "Desordem e Protesto"!



Os partidos políticos de esquerda integram o Movimento pelo passe livre desde o início dos protestos.

Não sou de nenhuma dessas legendas, mas não concordo que manifestantes que caíram de para-quedas nos atos tolham os direitos dessas pessoas em levantar suas bandeiras.

Liberdade de expressão acima de tudo!

Clamar para que rasgassem os estandartes dessas siglas a fim de arrumar confusão e dar munição à imprensa, além de dividir o movimento? Para que?

Precisamos agregar!

Quem critica as bandeiras, em 90% dos casos, não é apartidário, é apolítico.


A cara de pau dos reaças nas manifestações fede.

Pedem o fim da corrupção, querem a redução dos impostos, mas abandonam as pautas populares.

Não vão se criar aqui.

Fora herdeiros do "Cansei!"

Fora direitalha!

Fora aproveitadores!

Para complementar, leiam este manifesto que ilustra bem o que pude identificar: http://cafecomnata.wordpress.com/

A luta continua hoje, mas sem oportunismo por favor!

Nota positiva para a presença de crianças e idosos nos protestos.

Fato consumado, e não óbvio, que nunca é tão tarde nem tão cedo para começar a mudar o seu país.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Manifesto por um Brasil mais lutador


Antes de tudo, um esclarecimento.

O protesto contra o aumento da passagem do transporte público, do qual participo com muito orgulho desde a última terça-feira e que envolve diversos outros elementos inexplorados pela grande imprensa, não tem qualquer cunho político, apesar do que pregam Geraldo Alckmin, Fernando Haddad, Sergio Cabral e Eduardo Paes. 

Esse discurso de prefeitos e governadores é típico de quem teme a contaminação de outros setores da população pela revolta, o que na verdade já está acontecendo, para o desespero dessas autoridades.

Apesar de existirem partidos envolvidos nos atos, eles não representam a maioria dos manifestantes presentes.

Se resumem a colaborar com o todo, no que fazem muito bem.

Não temos líderes nem membros eleitos para manifestar nossas opiniões. Somos autônomos e livres para proteger e exigir nossos direitos.

Os atos contra o aumento abusivo da tarifa e por um transporte público de qualidade são legítimos e galgados em um levante popular sem precedentes nos últimos anos.

Que fique claro, de uma vez por todas. 

Não queremos desestabilizar ninguém de seu cargo por mando de outrem. 

Derrubar corrupto, salafrário, hipócrita e covarde é apenas uma consequência das arbitrariedades que eles mesmos perpetuam, e que ficaram evidentes na violência que autorizaram suas polícias a promover nas ruas de São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades brasileiras nesta quinta-feira.

E agora, uma constatação.

Mais que a redução dos 20 centavos na tarifa, que dizem ser tão pouco e reajustada abaixo da inflação - o que é uma grande falácia, diga-se de passagem, comprovada nesta análise publicada pelo jornal Le Monde Diplomatique http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1181 , queremos acima de tudo caminho aberto para ocupar as ruas e fazer delas o nosso espaço de reivindicações contra todo e qualquer ataque promovido pelos governantes contra a população.

Que nós, brasileiros, a partir de agora, superemos os estigmas e a cristalização de conceitos impostos pela ditadura militar em nossa educação que esconderam de todos a necessidade de se batalhar contra qualquer tipo de repressão ou opressão.

E se precisarmos derrubar esses canalhas, vamos derrubar.

Somos também lutadores, não só no trabalho diário, mas também a favor das garantias constitucionais e outras mais que não estão na Carta Magna, mas que, diariamente, nos são tiradas em prol de interesses escusos.

E que a revolução caminhe a passos largos.