domingo, 22 de novembro de 2009

Guerra entre Colômbia e Venezuela sai do papel

Apesar das informações ainda desencontradas e da falta de cobertura da grande mídia brasileira e internacional, parece que finalmente Colômbia e Venezuela vão deixar de lado as ameaças e partir para o conflito aberto.

Pelo menos é o que pensa o presidente venezuelano Hugo Chávez.

Depois de pedir a seus compatriotas para "se prepararem para a guerra" no último dia 09/11, e remediar a declaração dizendo que "os militares venezuelanos são pacifistas e nos preparamos para a guerra para assegurar a paz, foi isso o que eu disse domingo", dois dias depois, ele informou ontem, em cadeia nacional, às 10hs de Bogotá, que a Venezuela está oficialmente em Guerra contra a Colômbia. As informações são da jornalista Andressa Gasparelli, que está na Colômbia.

O comunicado, no entanto, não apareceu do nada.

Segundo notícia postada no site da CaracolTV, da Colômbia, a Venezuela admitiu ter explodido duas pontes na região de fronteira, por acreditar se tratar de um acesso utilizado por narcotraficantes. Uma terceira ponte também teria sido destruída.

Ainda segundo a notícia, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, afirma estar fazendo esforços para evitar qualquer conflito armado, apesar de afirmar categoricamente que vai denunciar a Venezuela na OEA e na ONU pela invasão de território e por atentar contra os direitos humanos dos civis que vivem na região.

Em declarações à TV Estatal da Venezuela, o vice-presidente venezuelano, Ramon Corrizález, afirmou que nenhuma lei internacional foi violada porque não houve agressão alguma, tampouco invasão de território.

Disse também que o governo vizinho está manipulando as informações sobre o acontecimento, uma vez que elas escondem o verdadeiro incidente, que na visão dele é a Colômbia ter se tornado uma "base militar ianque".

Uribe, que recentemente assinou acordo de cooperação militar com os E.U.A, e Chávez, que tem nos estadunidenses seus maiores compradores de petróleo, devem agora, depois de incessantes e contínuos desacordos de interesses econômicos, políticos e em qualquer outra esfera, colocar seus poderios bélicos à prova, enquanto que o país detentor do total foco nessa região ainda não se colocou oficialmente sobre o caso.

Até o momento não se materializou nenhum confronto de fato, envolvendo exércitos, metralhadoras, helicópteros e o que mais for conveniente ao uso dos dois irresponsáveis países, cada qual com seu pensamento, Pró-Ianque ou Bolivariano. Mas a notícia das pontes explodidas é real, e todas as frases proferidas por cada governo também. Só não se sabe até que ponto a frágil diplomacia latino-americana poderá contribuir para evitar mortes desnecessárias.

Não bastasse o irremediável descontrole das palavras e das ações que devem culminar nessa guerra, o Vulcão Galeras, localizado em Ipiales, única rota segura de saída da Colômbia para o Equador, entrou em atividade às 03:00 h da madrugada, "cuspindo lava e cinzas em todas as direções, fazendo com que as autoridades começassem a evacuação de cerca de 300 mil pessoas de cidades e áreas próximas", segundo relata Andressa.

Para quem está viajando pela região ou pretende chegar em breve, é preciso muito cuidado. A jornalista afirma que grande parte das estradas colombianas já está militarizada após a destruição das pontes e as declarações de Chávez e de Uribe.

A questão é saber qual a real amplitude de toda essa conjuntura, afinal o Brasil, insistente em apaziguar os ânimos dos dois, também já tem área de fronteira coberta de militares colombianos e não deve permanecer inerte, seguindo a sua "nova ordem geopolítica".

Em reportagem deste domingo, na Caracol TV, Chávez disse estar sendo elaborada uma "grande operação midiática" para colocá-lo como "quem está preparando uma guerra".

Na visão do presidente venezulelano, quem está sendo agredida é a Venezuela. Isso porque o acordo Bogotá/Wasington seria mais um golpe do imperialismo contra o país, uma vez que a Colômbia serviria de plataforma para ataques oriundos das ordens estadounidenses, tendo a Venezuela como "alvo número um".

Em meio a todas essas respostas atravessadas, a Venezuela sofre com o racionamento de água. Também há rumores sobre o corte do fornecimento de gás por parte da Colômbia ao país, e de energia elétrica ao Equador, governada por Rafael Corrêa, aliado de Chávez.

O governo colombiano nega.

E a parte fria que cabe à guerra, na cabeça dos indivíduos, se mantém. Por enquanto.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sobre aquele que se esvai apenas no pensar

O congestionamento faz dele um refém, ente querido sequestrado sem preço de resgate estabelecido nem previsão de entrega em caso de pagamento.

As filas dos cartórios, correios, bancos e muitas outras instituições burocráticas transformam-no em mero espectador, fazendo dele obra da paciência e da corriqueira sustentação das pernas e da cabeça.

O esquecimento de chaves nos carros de amigos, celular no automóvel da chefe e outras perdições cotidianas delimitam sua existência a resquícios de oportunidades aproveitáveis.

Depois de todas essas descrições verdadeiras da passagem deste delimitador da vivência das pessoas, paramos para organizar as ideias e nos damos conta de como ainda existem muitos outros empecilhos que ajudam-no a esvair.

O principal deles sem dúvida é o trabalho, de onde sim tiramos nosso sustento, porém lugar muitas vezes pouco produtivo para a fermentação de ilustres pensamentos.

Independente de todas essas condições adversas, nós, seres humanos mortais e pouco nos preocupando com essa imensidão de perdas, sempre nos contentamos com nossos vangloriados feriados, folgas ou faltas forçadas.

Quando somos sistemáticos e resolvemos calcular cada segundo jogado fora sem que pudéssemos nos apropriar de alguma experiência, percebemos o quanto poderíamos torná-lo mais chegado.

E ficamos pasmos em descobrir que dentro da porcentagem mínima dessa vastidão somos felizes por dizer que fizemos de alguns dos nossos dias uma forma concentrada do ser.

Enquanto procuramos nos computadores, relógios e sinos de catedrais, ele já partiu, e deixou-nos a lembrança de que jamais pode ser abandonado.

Tempo, tempo, tempo! Te amo e te odeio! Nunca me deixe faltar, mas também não me faça mais perder, em intensos devaneios!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Quando da simplicidade enquanto provedora da alegria

Franguinho na panela, brincadeiras, sorrisos, historias e conversas intermináveis sobre a vida e tudo o que dela brota e se espalha.

Um forasteiro encantado com a recepção calorosa, insistente querendo permanecer, e por ter passado ali curtas 24 horas, ansioso para voltar e ter mais experiências sensacionais.

Simpática cidade mesmo com os motoqueiros que nao usam capacetes, os carros que extrapolam no som e a falta de uma festinha justo no fim de semana em que eu a conheci.

Mas um espaço onde a simplicidade das pessoas, muitas delas nascidas ali e que valorizam a terra onde cresceram, trouxe uma sensação de alegria incrível, há muito não experimentada.

Sim, as mulheres são belas, inteligentes e unidas, e a cerveja gelada, bem servida e acessível, porém foram outros e inúmeros os motivos que junto destes me fizeram dizer aos nativos o quanto me sentia bem e agora manifestar tal admiração através do blog.

Motivos inexplicáveis e indescritíveis que somente pode sentir quem por lá passou.

Nao se trata da Passárgada de Manoel Bandeira, nem do Lugar do Caralho de Raul Seixas, mas da Santo Estevão de santas, mães, flertes e amizades surgidas como mágica.

Se demorar a visitá-la novamente, é porque estou empenhado no projeto de arrastá-la geograficamente para se avizinhar a Salvador.

Como essa medida de grande porte leva um trabalho razoável, por enquanto vou me contentar em deixá-la no mesmo lugar e me mover sempre que surgir uma chance.

Obrigado pessoas de Santo Estevão, por toda a felicidade que me trouxeram e ainda quero que tragam! Ficam as saudades...