quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Será este o fim do american way of war!?



Ao que parece as tropas norte-americanas finalmente sairão do Iraque, novamente com o rabo entre as pernas, tal como fizeram na Coreia, no Vietnã, no Cambodja e no Afeganistão. O prazo dado pelo presidente Barack Obama é o dia 31/12/2011, conforme anúncio desta quarta-feira.

Os Estados Unidos invadiram o país asiático em março de 2003 e por lá permaneceram durante quase uma década matando crianças, pessoas comuns, jornalistas, e claro, os soldados locais que tombaram, mas que só entram nas estatísticas como números e não seres humanos.

Apoiados por seus irmãos anglo-saxões Grã-Bretanha e Austrália, que reforçaram o efetivo, destituíram um ditador que durante muitos anos sustentaram com armas, dinheiro e falta de escrúpulos quando isto lhes foi conveniente.

Assim que o dono do bigode mais perigoso do oriente médio lhes deu uma banana pela segunda vez - lembremo-nos do Golfo, mandaram-lhe enforcar. Ah! Como foi diferente o tratamento estadounidense ao cover de Stálin quando este impediu o avanço do poder dos aiatolás iranianos na região, em 1979.

Será que antes de parar de ser um lambe-botas Saddan era um ferrenho defensor das liberdades civis, eleito democraticamente, e que repassava à população miserável de seu país todos os serviços públicos de qualidade que poderiam ser mantidos com a riqueza obtida com a renda do petróleo!?

O povo não é idiota.

A mudança de postura dos norte-americanos só veio no momento em que os interesses econômicos dos reis da selvageria do capital financeiro não eram mais atendidos.

Juntou-se a eles a demência paranoica criada após os atentados de 11 de setembro de 2001 pelo macaco de feira George W. Bush.

Com a conivência da imprensa, ele conseguiu ludibriar aliados e eleitores, transformando improváveis ameaças de um falido "Satã", em um possível detentor de armas de destruição em massa, que estaria colocando em risco a vida do povo americano e os valores democráticos e a liberdade(de consumir, é claro) dos iraquianos.

A velha ladainha demagoga repetida à exaustão não cessou, as mentiras e bravatas jogadas ao vento sem qualquer fundamento ou justificativa permaneceram na mente das pessoas, enquanto as grandes corporações empresariais do ocidente aproveitaram a fragilidade das instituições do oriente para jogar suas ventosas sobre o petróleo e iniciar o processo superfaturado de reconstrução de uma nação destruída pelas patas imundas dos militares que lá pisaram.

Debaixo de seus pés prisioneiros foram torturados na detenção de Abu Graib, sob o olhar sombrio das câmeras fotográficas e cinematográficas dos próprios agentes da repressão, que com orgulho e sadismo golpeavam e humilhavam o inimigo, naquele que ficou marcado como um dos momentos mais grotescos desta guerra inútil e que, mesmo hoje, não é admitido pelo governo norte-americano como um atentado aos direitos humanos.


Muito pelo contrário. São esses mesmos direitos, ao menos no discurso, que o atual presidente americano evoca para vangloriar a bravura e os sacrifícios de seus soldados ao combater "o terror" instalado no Iraque. Isso porque mesmo fazendo batalhas estratégicas covardes, como se estivessem no controle de um videogame, ainda conseguiram perder quatro mil e 500 homens que acreditaram na balela do american way of war.

Felizmente muitos movimentos sociais ao redor do mundo, inclusive as manifestações conjuntas retratadas neste vídeo da banda armênia System of a Down: http://www.youtube.com/watch?v=bE2r7r7VVic, bateram de frente com todas as suas forças através de uma campanha pelo fim da Guerra e a retirada das tropas americanas do Iraque.

Agora que a reivindicação foi "atendida", esses protestos devem retornar. Precisa permanecer o alerta para que o modelo desta afronta à soberania de um povo não seja mais ameaçada na Síria, provável próximo alvo da intervenção militar ocidental, onde mais uma vez virá à tona a história de que um ditador sanguinário, Bashar al-Assad, que já assassinou cinco mil de seus cidadãos, precisa ser derrubado mediante a força de agentes externos.

O Irã também pode aparecer no caminho, com os yankees novamente usando a mesma desculpa do reforço bélico do inimigo.

O american way of war ignora a existência do ímpeto dessas pessoas, sua união em busca dos próprios ideais, e a soberania que desenvolvem nos momentos de maior barbárie imposta por seus governantes autoritários para lutar até a morte e mostrar que são extremamente capazes de fazer a sua própria revolução, oferecendo benefícios aos seus irmãos e não aos megaempresários estrangeiros que só vão torná-los ainda mais explorados.

Tunísia, Marrocos e Egito já mostraram que é possível, apesar de ainda caminharem sob a vista de antigos membros dos regimes totalitários que insistem em não se retirar de cena.

Se é o fim do modelo de guerra norte-americano como nós conhecemos, a preocupação do momento é evitar que essa ideia bizarra de defesa da democracia do modelo ocidental a qualquer custo volte a ser feita.

Matar por dinheiro, pelo poder e o prazer de destruir jamais será uma virtude. Aliás, a guerra, por si só, não tem razão alguma que não seja dessas ordens. Qualquer uma delas.

O ódio regado a petróleo precisa desaparecer, e a população carente que sempre é a maior vítima desses conflitos deve começar a viver de verdade, sem lágrimas, sem sangue, com conforto, saúde, educação e independência real.

Stop the war Obama! Get out of Iraq!

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