sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sobre aquele que se esvai apenas no pensar

O congestionamento faz dele um refém, ente querido sequestrado sem preço de resgate estabelecido nem previsão de entrega em caso de pagamento.

As filas dos cartórios, correios, bancos e muitas outras instituições burocráticas transformam-no em mero espectador, fazendo dele obra da paciência e da corriqueira sustentação das pernas e da cabeça.

O esquecimento de chaves nos carros de amigos, celular no automóvel da chefe e outras perdições cotidianas delimitam sua existência a resquícios de oportunidades aproveitáveis.

Depois de todas essas descrições verdadeiras da passagem deste delimitador da vivência das pessoas, paramos para organizar as ideias e nos damos conta de como ainda existem muitos outros empecilhos que ajudam-no a esvair.

O principal deles sem dúvida é o trabalho, de onde sim tiramos nosso sustento, porém lugar muitas vezes pouco produtivo para a fermentação de ilustres pensamentos.

Independente de todas essas condições adversas, nós, seres humanos mortais e pouco nos preocupando com essa imensidão de perdas, sempre nos contentamos com nossos vangloriados feriados, folgas ou faltas forçadas.

Quando somos sistemáticos e resolvemos calcular cada segundo jogado fora sem que pudéssemos nos apropriar de alguma experiência, percebemos o quanto poderíamos torná-lo mais chegado.

E ficamos pasmos em descobrir que dentro da porcentagem mínima dessa vastidão somos felizes por dizer que fizemos de alguns dos nossos dias uma forma concentrada do ser.

Enquanto procuramos nos computadores, relógios e sinos de catedrais, ele já partiu, e deixou-nos a lembrança de que jamais pode ser abandonado.

Tempo, tempo, tempo! Te amo e te odeio! Nunca me deixe faltar, mas também não me faça mais perder, em intensos devaneios!

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Muito bom o texto, vou virar leitora habitual, adicionarei ao meu blogroll. Tente segurar o tempo... ele escapa, foge furtivamente rsrrsrs Parece q o ritmo frenético do mundo (ou será apenas da minha vida?) torna a passagem do tempo extremamente rápida, vertiginosa, angustiante.

    Vou deixar abaixo o link de um texto meu tbm sobre o tempo, espero q goste.

    http://ruminescencia.wordpress.com/2008/04/18/tempus-fugit/

    =)

    Marcela Isis

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