quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Legalismo faz nova cruzada contra a subsistência do ser humano



Me impressiona e me revolta cada vez mais a truculência adotada pelas forças policiais paulistas para reprimir práticas condenáveis pela lei mas que, em certa medida, são utilizadas como única alternativa por algumas pessoas para conseguir sua sobrevivência.

Nesta quinta-feira, 29 de novembro, eu esperava na fila de um caixa de supermercado quando de repente uma confusão se viu armada na frente do devido estabelecimento. Dois guardas civis metropolitanos tentavam prender um vendedor de CD’s e DVD’s piratas.

O homem, que atua nas proximidades da loja há bastante tempo, correu para dentro e “escapou” por um instante dos agentes. Em menos de cinco minutos, no entanto, eles conseguiram convencer o gerente a permitir sua busca, mesmo com os protestos de parte dos clientes.

Não acompanhei o desdobramento do caso, que muito provavelmente deve ter seguido  esta ordem de acontecimentos: Porrada, apreensão, detenção. Acusação: Comércio ilegal, que não geraria imposto ao governo e daria prejuízo às megacorporações que monopolizam os originais.

Aí é que vem o questionamento.  A quem interessa a saída de circulação deste rapaz, que estava apenas exercendo o seu trabalho, já que muito provavelmente não teve melhores oportunidades de ocupação, muito menos estudo suficiente para garantir remuneração privilegiada?

É de conhecimento geral da nação que o Estado e a Prefeitura de São Paulo pagam muito mal seus policiais militares e guardas civis e que, se aproveitando da fragilidade financeira e tradicional aprendizado repressor de seus comandados, oferecem a eles a chance de elevar seu ordenado por meio da chamada “Operação Delegada”, na qual atuam fora do horário de serviço a fim de combater os ambulantes que não possuem registro na capital.

Com as festas cristãs de fim de ano chegando, esta ação se potencializa, e intencionalmente fornece aos responsáveis pela manutenção do status, mais conhecido e proliferado como ordem da sociedade brasileira, o direito de fazerem o que bem quiserem contra os contraventores.

Até que ponto essa ação cotidiana dos agentes protege o cidadão? Não deixa que ele compre um disco que vai estragar seu aparelho de DVD, dessas mentiras bizarras insistentemente contadas  antes do início de um filme de um grande estúdio norte-americano?

Ou então força o brasileiro médio a gastar o que não tem com um modelo original, que custa quatro, cinco, seis vezes mais caro, apesar da qualidade oferecida ser a mesma, sendo que a maior parte desse valor equivale ao lucro das empresas.

Contos da carochinha se mantém atualizados para justificar que o produto pirata desperdiça empregos na indústria fonográfica, além de atrapalhar atores, bandas e artistas que deixam de receber a sua porcentagem na comercialização das mídias.

Você aí, acha mesmo que os grupos musicais ficam dependendo dos 5, no máximo 10% a que tem direito de um CD para tocar a vida? E os grandes elencos hollywoodianos, esperam pelo sucesso de uma película para irem buscar sua grana no departamento de RH!?

Pior é ainda ouvir sobre a absurda tese de que esses camelôs, nas contas dos diversos governos, movimentam dezenas de milhões de reais todos os anos e impedem novos investimentos em todos os setores da economia e no atendimento à população.

Mas não são essas mesmas esferas do poder executivo, seja ele federal, estadual ou municipal, que enchem as burras ano a ano ininterruptamente com uma carga tributária considerada uma das piores em termos de custo benefício de todo o mundo, na qual faturam através da incidência de alíquotas sobre mercadorias, serviços, tarifas bancárias, multas, dentre outras fontes de origem, sem oferecer ao cidadão brasileiro o mínimo para seu bem-estar na educação, na saúde, na habitação, no tratamento de água e esgoto, no transporte e na geração de empregos?

Então não temos porque ter mais dificuldades em entender que o responsável por gerar todo esse comércio paralelo é o mesmo que o reprime violentamente. Não dá as condições para que a pessoa estude e se profissionalize e não concede a ele oportunidades que não sejam para atividades extremamente aviltantes.

Muito pior que isso, abre as pernas às empresas que prometem mundos e fundos ao país, ao estado e ao município, muitas vezes com isenção  fiscal plena, financiamentos de bancos estatais, doação de terreno, dentre outros benefícios, em troca de uma quantidade insuficiente de empregos que fosse adequada às necessidades das pessoas, sendo parte deles oferecidas a profissionais altamente qualificados em universidades e cursos técnicos, e a outra a operários integrantes da massa que atualmente não têm mais chances apenas com o ensino fundamental.

Os ambulantes onde entram nesse cálculo? Não entram. Apesar de também pagarem impostos, como eu e você, quando vão a um supermercado comprar o leite para o filho, por exemplo.  Mas como não têm opções nem dinheiro  suficiente para bancar o aluguel de uma loja onde poderiam revender produtos originais ou empreender qualquer outra ocupação, nem mesmo formação suficiente para conseguir emprego em uma fábrica, eles acabam sendo tratados como criminosos.

Esse cenário é perfeito para as três esferas de governo, que querem continuar a faturar seus salários estratosféricos, mesmo que os senadores não paguem Imposto de Renda por quatro anos e joguem para o contribuinte a responsabilidade pelo custo.

De quebra, controlam a classe mais instável dentre os mantenedores da ordem: os policiais e guardas, que não ficarão descontentes com os valores de seus contracheques no fim do mês, não se amotinarão e, em tese, não vão atuar como seguranças privados e em esquadrões da morte.

A ideia também é excelente para o empresariado. O fonográfico, que vê mantido o crescimento de suas taxas de lucro, e o das companhias que se instalam no país já com o discurso pronto, reclamando do excesso de tributos e de direitos trabalhistas, e são prontamente atendidas.

Depois dessa exposição, será que ainda há dúvida sobre quem realmente é o bandido e quem é a vítima desse processo?

Vamos continuar propagando a ideia legalista e burra, que não explora todas as nuances dessas ações, para justificar o procedimento repressor?

Já passou há muito tempo a hora de avançar o sinal, no sentido de identificar e enfrentar todo esse monstro político-corporativo, que com a ajuda midiática, deixa o cidadão alienado perante as injustiças mais covardes cometidas contra si mesmo.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Rede Goebbels, Collor e o "neonazismo" das ondas de TV



Santa hipocrisia, malandragem e safadeza!

Goebbels News exaltando o "Fora Collor", ao dizer que os manifestantes que pediam o impeachment do caçador de marajás "não quebraram nada" durante os protestos e foram efetivos em seu ato, porque o presidente caiu.

Pergunta 1: Querem enganar a quem, já que foi esta emissora que colocou o ladrão de contas poupanças do trabalhador no comando do executivo nacional, criando um mito em torno de sua imagem por meio de seguidas apresentações no Globo Repórter e no Fantástico, além de manipular o último debate com Lula e colocar uma camiseta do candidato do PT em um dos sequestradores de Abílio Diniz às vésperas da eleição!?

Pergunta 2 - Esse "não quebraram nada" é um ataque gratuito aos movimentos sociais que hoje batalham pelo que acreditam - sempre com interesses contrários aos da empresa, e, em algumas ocasiões, quebram um vidro aqui e outro ali após terem os ossos quebrados pelos cassetetes dos policiais, e que, ao contrário das maioria das pessoas que foram incitadas a exigir a saída do vagabundo, possuem princípios ideológicos independentemente da manipulação midiática!?

Sim, tinha gente que não votou no Collor e estava lá na rua porque sabia que o cara era um canalha de merda desde que o conheceu e sofreu com seus desmandos.

Mas vamos e convenhamos, como diria meu amigo Luiz Augusto Rocha, mais desmandos promoveu esta emissora ao conduzir o voto da população da maneira que lhe convinha para este coronelzinho de província, e em seguida derrubá-lo a partir do momento em que parou de lhe dar de bandeja tudo o que queria, estimulando uma revolta branda, de efeito imediato, mas sem sofrer as consequências por estar diretamente relacionada ao surgimento do "fenômeno" em questão.

Chega de ser zumbi e repetir a ladainha que esta porcaria insiste em proliferar!

De uma só vez, a emissora quer se autoproclamar como o arauto da moralidade e da ética, e aproveita para dar uma "cutucada" nas pessoas que lutam de verdade por um país mais justo.

É muita cara de pau!

Se Collor é um cabra safado, e que após perder os direitos políticos por não sei quanto tempo está novamente nas fileiras, agora do Senado, para um mandato de oito anos, a grande responsável por ele e outros corruptos continuarem na ativa é a rede Goebbels.

Quem foi que apoiou o golpe militar, e, com isso, ganhou concessões de TV a perder de vista em todo o Brasil, inclusive nas Alagoas, cujos donos são amigos de quem? Quem!?

Não se enganem meus caros, a "brincadeira" que relaciona o nome da emissora ao do articulador mor da publicidade nazista nada tem de irreal.

Só mudaram o ator, os meios de coagir as pessoas a adotar suas opiniões e seu objetivo final.

Antes era o cinema, agora são as novelas e os telejornais.

Elas não incentivam a destruição de um povo, mas o mantém alienado e consumista.

A ordem é eliminar os indivíduos que desafiam seu projeto de poder, prática que segue a todo vapor.

Da câmara de gás para a câmera que grava a imagem e a reproduz disfarçando sua sujeira, a história não vai esquecer a maneira nefasta como esta emissora insiste em atribuir a si mesma os méritos de matar os monstros que ela criou, alimentou e com quem enriqueceu.

Nós devemos resistir e enfrentar, e enquanto estivermos de pé, não permitiremos que este tanque panzer passe por cima.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Expansão de vagas nas federais: O engodo que não mata a fome de conhecimento

Laboratório improvisado em banheiro da Universidade Federal do Pampa, no Rio Grande do Sul

A farsa da estratégia do governo federal para elevar o número de vagas nas universidades federais finalmente veio à tona, com cinco anos de atraso, mas veio.

O jornal O Estado de São Paulo, em sua edição desta terça-feira, 14/08, traz reportagem que comprova com depoimentos e dados as teorias e previsões que nós, pobres mortais integrantes do movimento estudantil, pregávamos em 2007, quando foi lançado o Reuni, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais.

Dados do MEC mostram que, de 2006 a 2010, o número de cadeiras oferecidas nessas instituições saltou  de 148.796 para 242.893, crescimento de 63%.

A disparada foi resultado direto da aplicação do plano, que no entanto esconde a degradação de um elemento essencial para sua eficiência: a infraestrutura dos campi.

O Ministério da Educação diz que investiu R$9 bilhões de reais no projeto, mas ao que parece se esqueceu de destinar parte dessa verba à construção e ampliação de bibliotecas, laboratórios, restaurantes e principalmente à contratação de novos professores e valorização dos docentes que já lecionam.

Por sinal, investir nesses setores era um dos objetivos do Reuni, não só em termos de contrato e diretriz estabelecida junto às universidades, mas como base de sustentação para  a expansão qualitativa das vagas, justificando a entrada de mais estudantes por existirem, nos campi, salas de aula e todos os demais equipamentos de pesquisa, além de profissionais suficientes e preparados para recebê-los.

Mas não foi bem assim que aconteceu.

Alardeando aos quatro cantos do mundo e aos sete mares sua empreitada, o governo criou, no período em questão, 14 novas universidades, 126 novos campi e incríveis 1.128 novos cursos.

Boa parte dessas graduações foi direcionada para unidades já existentes, que tinham prazo curto para enviar ao MEC projetos de ampliação que pudessem ser contemplados pelos recursos do Reuni.

Sucateadas durante toda a administração FHC e Paulo Renato, durante os anos 90, as universidades viam no plano a oportunidade de angariar dinheiro para promover obras necessárias ao seu pleno funcionamento.

O que se viu na gestão de Lula e Fernando Haddad, todavia, foi um inchaço absurdo das vagas existentes nessas instituições sem o devido acompanhamento dos gastos com seus pilares fundamentais.

Se antes o PSDB excluía a maioria da população do processo e deixava as federais a deus dará, agora o PT resolveu incluir as pessoas, mas sem dar condições para que elas possam estudar.

A tese de doutorado da professora Kátia Lima, da Escola de Serviço Social da UFF, do Rio, traz algumas estatísticas de extrema relevância sobre essa explosão espontânea.

Entre 2006 e 2010, a Universidade Federal Tecnológica do Paraná expandiu em 601% o número de vagas em suas instalações. Na UFTM, em Minas, foram 313% e na UFRB, na Bahia, 277%.

Mesmo não sendo exemplo em todos os campi, o ritmo de expansão das obras foi bem menor que o da criação de novas cadeiras,  e, conforme as denúncias que veremos a seguir, tem sua lentidão corroborada pelas  péssimas condições estruturais desses espaços.

Isso porque tanto as antigas unidades quanto as recentemente abertas são alvo de calamidades que afrontam os princípios mais básicos da segurança e da higiene, para dizer o mínimo.

Na Federal de Arapiraca, em Alagoas, o campus fica ao lado de um presídio. Em Santarém, no Pará, a reitoria alugou um prédio abandonado onde funcionava um hotel para atender os alunos.

Na sede da Unifesp em Guarulhos, onde 70% dos estudantes não mora na cidade, a faculdade fica tão longe do centro e carece tanto de transporte público, que a taxa de evasão disparou.

Na  UnB, em Brasília, estudantes de terapia ocupacional têm aulas em salas de uma escola de ensino médio, onde dividem espaço com adolescentes.

Em outras universidades ainda há laboratórios instalados em banheiros, paredes de salas com rachaduras, órgãos de animais cobertos por larvas devido à falta de formol, dentre outras precariedades e improvisações sem limites para o ridículo.

Agora pensemos de que forma as pessoas que lidam diariamente com essa pasmaceira vão sair do ensino superior. Qual o preparo terão para atender aos requisitos de sua profissão!?

O descaso pode ser comprovado pelas fotos registradas por toda a comunidade acadêmica, que, cansada de ser vítima desse engodo, batalha há mais de dois meses em uma greve que a presidente Dilma Rousseff e a imprensa insistem em tratar como mera campanha por reajuste salarial.

De plantão em Brasília, eles exigem a reabertura das negociações sobre o plano de carreira da categoria e protestam hoje e amanhã na Esplanada dos Ministérios.

Os direcionamentos para este tema são muitos, mas a análise fria dos fatos é uma só.

A educação não sobrevive de índices numéricos alcançados pelo governo para mostrar ao Banco Mundial que tem direito de exigir mais crédito e investimentos e direcioná-lo a outros setores.

Este alicerce da sociedade precisa de "sustança", constituída por todos os elementos físicos e humanos que garantem o atendimento integral das demandas de quem ingressa no ensino superior, e que está ansioso por ter acesso ao conhecimento e poder difundí-lo ao mundo, de forma a beneficiar a todos.

Mas no que depender do Reuni, os estudantes vão morrer de desnutrição, quando não de indigestão com o que tem de engolir.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Yes, you can! You can leave Afghanistan right now!


A foto ilustra bem com quem se relaciona este sujeito enganador.

Obama, faça o favor de enfiar suas desculpas no meio de um lugar impronunciável onde elas disfarcem sua canalhice.

A culpa do massacre promovido por um desequilibrado soldado americano contra crianças afegãs é toda sua.

Sua e de todos os outros filhos da puta que comandaram essa nação que se acha a "defensora da liberdade" no mundo.

Mas que na verdade só sabe agir a fim de reprimir qualquer que seja um país de onde jorrem poços de petróleo.

Ou que sejam influenciadas pelo "demônio" do comunismo, como se viu ao longo de sua história recente.

Suma, desapareça do Afeganistão, assim como saiu do Iraque!

Nunca foi bem-vinda e nunca será uma intervenção de tamanha covardia como essa.

E não venha com condolências e justificativas de que o responsável pelo ataque "não representa a qualidade da força militar dos EUA e seu respeito pelo povo afegão".

Chega de terrorismo de Estado!

O envolvimento das tropas-americanas em atitudes bestiais como a deste domingo não é novidade para ninguém, mas a divulgação dos fatos para o conhecimento de toda a humanidade e o reconhecimento dos erros ainda engatinha, vistas as bizarrices cometidas no Iraque, na Somália, no Japão, no Vietnã, no Líbano, e em outras nações.

Não me surpreende um milico yankee ter tido um colapso nervoso e decidido "acabar com a raça" de inocentes afegãos, afinal isso é o que aprende desde que passa a fazer parte dessa organização.

Este indivíduo que aniquilou crianças e mulheres nada mais é que o produto final das ações promovidas por seu governo.

Assim como os soldados que combateram os vietcongues entre as décadas de 60 e 70, ele não sabe por que e para que está lá, apenas se submete a repetir que serve à sua pátria, independentemente do intuito das autoridades que a comandam, mesmo que cidadãos do mundo estejam sendo trucidados em busca deste fim.

Ele apenas obedece ordens de seus superiores, nascido para matar como o clássico filme de Stanley Kubrick, mas que desconta o bullying sofrido contra pessoas que nada tem a ver com a sua história fatídica, após ter conseguido a licença e deixar o campo de treinamento rumo à batalha.

Não há mais como conceber que essa violência siga marcando a política externa dos Estados Unidos, e que o poder econômico deste aglomerado de ultraconservadores siga sendo usado para desrespeitar a autonomia do restante do mundo, feitas as devidas exceções a Israel e à União Europeia, para manter o restante sob suas asas.

Pouco importa se tais medidas foram impetradas inicialmente por Nixon, Reagan e Bushs, o que interessa de verdade é que o pensamento e a mania de perseguição típica destes sujeitos continuam a se proliferar na cabeça do americano médio e o atual presidente nada faz para interrompê-los, apesar de ser considerado "progressista".

Acreditava que não entraria tão cedo neste assunto novamente, mas fui obrigado pela coerência a condenar completamente o ataque homicida, e exigir a saída imediata de todos os militares que ainda permanecem no Afeganistão sob o risco de uma onda de novas mortes de civis.

E lembrar, que apesar de prematura, minha comemoração efusiva quando da queda dos aviões de passageiros sobre as torres gêmeas de Nova Iorque, em 2001, quando eu acabara de passar dos 16 anos, tinham lá seu princípio, em boa parte pela retaliação necessária a tantos assassinatos cometidos pelos americanos antes e depois deste fato.

Não que eu ache a morte de gente a solução para o planeta Terra, muito longe disso, mas hoje compreendo completamente o ódio alimentado contra os Estados Unidos devido à forma como conduzem suas ações bélicas e ao traço de destruição que deixam quando seus boçais estupram, massacram e humilham as pessoas.

Yes you can Obama! You can leave this country! Right now and forever!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Os inimigos da universidade pública agora são vários outros

A Justiça de São Paulo decidiu condenar o vice-diretor superintendente do Centro Paula Souza por utilizar a estrutura da Faculdade de Tecnologia(Fatec), de Sorocaba, para ministrar cursos pagos.

O professor César Silva presidia uma fundação privada que, a cada semestre, oferecia pelo menos mil vagas ao custo de 13 mil reais em especializações executadas nos laboratórios e salas da faculdade pública, comandadas por professores concursados que recebiam um "extra" se entrassem no esquema, usando o nome da Fatec para atrair as pessoas.

Os estudantes faziam o curso e ainda recebiam certificado com o logo da instituição, mas o documento não vale PORRA NENHUMA, porque afinal o curso é uma fraude.

Depois do escândalo, eu pergunto ao Ministério Público, responsável pela ação: "Por que ainda não começou a investigação sobre os docentes e as fundações da UNESP!?"

O campus de Bauru que o diga, antro de diversos aproveitadores, principalmente na Faculdade de Engenharia, que usam o bem público visando lucro e que jamais foram questionados pela prática criminosa.

Em tempo, o docente e seu coleguinha Marcos Garcia Costa, ex-diretor da Fatec Sorocaba, terão de ressarcir os alunos, a faculdade e o Estado por todos os benefícios obtidos de maneira irregular.

A Fundação FAT, criada em 1987, também foi extinta.

Mas o inimigo agora é outro meu amigo.

Ressalta no acórdão o desembargador Magalhães Coelho: "No simulacro, tudo se resolve: os professores são contemplados com vencimentos dignos, e o Estado se desobriga de manter responsável pela política salarial para os professores, tudo ao arrepio do regime jurídico-administrativo".

O que nos leva à conclusão, isenta de maiores devaneios, que o projeto privatista do governo de São Paulo nas universidades públicas segue a todo vapor, sem pedir licença nem medir consequência de seus atos.

Apesar do problema, a Justiça ainda profere votos favoráveis às iniciativas das instituições particulares incrustadas na USP, colocando como prioridade o suposto acesso que dão a mais pessoas sem entender os prejuízos que causam tanto aos cofres públicos quanto à difusão do conhecimento.

Esse plano tem o objetivo claro de desonerar o orçamento estadual em relação aos salários dos docentes, ao mesmo tempo em que desencoraja a contratação de novos mestres e doutores, completando o desastre ao obrigar os melhores integrantes da academia a irem para as fundações e faculdades particulares, onde a remuneração é mais gorda.

E o pior de tudo. Toda essa estratégia está sendo desenvolvida sob a tutela da lei, com base no argumento de que as universidades estaduais e federais - onde os casos também existem, não possuem capacidade para absorver o contingente estudantil ávido por uma especialização de nível superior.

Em busca de emprego, quem opta por fazer um curso pago dentro da universidade pública, ao mesmo tempo em que é enganado pela promessa vazia e fraudulenta de um certificado emitido pela reconhecida instituição, ainda colabora para a manutenção dos interesses das grandes corporações que patrocinam essas iniciativas.

Essas pessoas se somam à já imensa massa de manobra desesperada por um trabalho a qualquer custo, aprendendo a respeito de temas atrelados às características específicas desse mercado, que por ser desprovido de vínculos com a academia e a comunidade que gira em torno dela, deturpa completamente as origens dos estudos promovidos pela instituição.

É essa lógica, a da selvageria perpetrada pelas empresas para modelar seus futuros funcionários ursurpando e sugando a estrutura da universidade, que se desenha mediante traços horrendos no futuro de nosso país, onde esse desvio da finalidade é comemorado em prol do perfil tecnicista que os governos estaduais e federal pretendem espalhar e alienar a população através de trabalhos aviltantes, que lhes proporcionem um perfil consumista, mas que intimidem qualquer tentativa de se subverter a ordem já estabelecida.

O caso identificado e punido na Fatec de Sorocaba por enquanto é encarado como o exemplo de docentes que se desvirtuaram do real intuito das parcerias, tidas como legalizadas em sua essência, porém imorais nas profundezas de suas realizações.

Logo ficará claro que a atitude desses professores se trata de um mero reflexo do sistema que concordaram em seguir, dotado de propostas desonestas e mentirosas para com o contribuinte que banca o seu funcionamento, e que assiste impassível ao benefício de poucos privilegiados com condições de custear estudos que deveriam ser acessíveis a todas as camadas da sociedade.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Gilberto Kassab, o empreendedor da miséria em: Como transformar lixo em ouro

O prefeito de São Paulo pagou R$3 milhões à empresa responsável pela implosão do resistente prédio situado na favela do Moinho, região central da cidade, que sofreu um incêndio em 22 de dezembro e foi completamente destruída.

No domingo os dois primeiros andares do edifício de uma antiga fábrica vieram abaixo, mas os quatro superiores se mantiveram firmes. Os vidros e os telhados de 12 casas do bairro Campos Elísios, em compensação, foram danificados.

Eu moro a cerca de 600 metros do local e senti um estrondo quando descansava tranquilamente no sofá, por volta das 17h40 do último domingo. Achei que tinha caído um avião no prédio, ou que o mundo ia acabar, tamanho o impacto absurdo que fez tremer a sala feito vara verde.

Kassab não perdeu tempo para dizer que a empreitada foi bem sucedida, já que as linhas 7 e 8 da CPTM, vizinhas ao muro do prédio que ameaçava cair, foram liberadas e os trens voltaram a circular normalmente.

Acontece que as pessoas que moravam no prédio abandonado agora migraram para a vizinhança, dormindo nas calçadas e mexendo no lixo, que os moradores e comerciantes insistem em colocar na rua fora do horário de coleta.

Isso mesmo com a Prefeitura dando multas pela irregularidade, já que o município não tem capacidade para orientar a população, pois é ávido por punir apenas financeiramente e arrecadar em excesso sem que o dinheiro retorne em forma de benefícios.

Em busca de latinhas e outros produtos recicláveis, ou mesmo de comida que sobra, esses transeuntes desesperados rasgam os sacos e deixam o restante da sujeira nas calçadas.

Os garis que trabalham para as empresas vencedoras da licitação da limpeza pública da cidade, que iniciaram seus serviços há cerca de um mês, são orientados a ficar longe dali.

Na minha opinião eles nem podem ser obrigados a dar conta desse entulho. Os lixeiros, muito menos. Sua função já subvalorizada não deve incluir catar lixo espalhado pela rua.

Só que o caos é ainda maior, já que além de mexer nos detritos os moradores de rua evacuam e urinam no chão.

Essa combinação fecal, acrescida ao calor imprevisível do verão paulistano, torna o ambiente do bairro insalubre e fétido, causando transtornos em larga escala a toda a comunidade do entorno e à saúde dos próprios mendigos, já bastante castigada pelas péssimas condições de vida em que se encontram.

O problema da sujeira e da falta de atenção da administração ao centro já é bastante conhecido, mas nos últimos dias está extremamente insuportável, graças à ação de expurgo perpetrada pela Prefeitura na favela do Moinho.

E a chegada da temporada de chuvas vai mais uma vez mostrar como a estratégia é equivocada e um problema simples vai se transformar em um caos já bastante comum à cidade nesse período.

Indago se não seria mais interessante usar um terço que fosse dessa dinheirama jogada nos cofres da empresa de demolição, que aliás fez um serviço de merda, para reconduzir essa gente que já perdeu a dignidade há muito tempo de volta ao mundo dos vivos.

Um "mísero" milhão de reais, que serviria para iniciar a ressocialização, alimentação, higiene, tratamento de saúde, compra de roupas, ensino, trabalho, acesso à cultura e centenas de outras necessidades prementes desses cidadãos esquecidos pelo mundo.

E não estou sequer contando as diversas famílias que perderam suas casas para o fogo e agora vão receber a quantia insólita de R$300 mensais durante este semestre até que consigam se reerguer e procurar um novo lar.

Por que o prefeito não usou o segundo milhão para construir habitações populares a pelo menos 50 famílias que perderam praticamente todos os seus pertences no incêndio?

E o terceiro milhão, gasto com parcimônia, serviria para o contrato de uma companhia de implosão mais competente para executar o serviço no antigo Moinho Matarazzo.

O impressionante na verdade é saber que por conta da urgência da demolição a administração municipal pegou o primeiro canastrão que apareceu sem saber da qualidade oferecida para a demanda.

E deu no que deu. Usaram 800 kg de dinamite, quando especialistas ouvidos pelo jornal Folha de São Paulo disseram que uma quantidade entre 75 kg e 200 kg seria suficiente.

Passada a besteira feita no local, pensemos no que se pretende fazer com o que sobrou.

Apressado em vistoriar o espaço e agradar à parcela fútil do clichê sustentável, Kassab disse na manhã desta terça-feira que todo o material recolhido e aproveitável vai ser reutilizado.

Mas e lá, no buraco que ficou!?

Já ouvi de um amigo que mora nas proximidades há mais tempo que a ideia do prefeito é iniciar a construção de um parque no local incendiado, e isso já em 2012.

Agradar aos moradores de classe média do Campos Elísios com um complexo de lazer seria a solução perfeita de Kassab para remendar a porcaria que ele autorizou e agravou a situação de abandono pela qual o bairro vem passando desde sempre.

É o pontapé inicial para o projeto Nova Luz, que vai transformar o centro de São Paulo em um sem número de mega condomínios, estruturas de lazer e entretenimento, escritórios e alimentação para atender à gana do mercado imobiliário que não tem onde mais crescer na cidade.

Sou totalmente a favor da existência de parques na cidade. São agradáveis, espaçosos, servem de alternativa à rotina cinza dos prédios e do asfalto, mas jamais vou admitir que eles sejam colocados como prioridade quando existe gente sem teto e sem perspectiva sobrevivendo de chorume e dos trocados que pedem a todos.

E o povo que vive na rua, para onde vão mandar, à câmara de gás!?

Interessante é descobrir que a única meta não estabelecida pela Prefeitura para o plano de revitalização do centro é onde colocar essas pessoas.

Mas nem precisa, afinal a Prefeitura já começou a eliminá-los mediante ações como as que aconteceram na última semana.

Os próximos seremos nós, pobres mortais pagadores de aluguel, quando ficarmos com o saco cheio da zona em que será transformada o bairro e sem capacidade para suportar os reajustes insistentes no custo de vida que se seguirão.

Quando ninguém mais atrapalhar os projetos de elitização encampados pela Prefeitura - nem mendigos, nem moradores, nem comerciantes que atendem esse público, as ruas vão ser limpas, outros prédios antigos demolidos, enchentes afastadas, e os R$3 milhões torrados no último domingo vão sair barato para o exemplo de empreendedor de miséria que é Gilberto Kassab.